Notícia sobre o Governador Guenther Beckstein da BavieraJá pensou tomar dois litros de cerveja e sair dirigindo tranquilamente? O governador da Baviera, na Alemanha, não vê problema nisso. Imagine se vira mania!

Cervejeiros de Munique ficaram felizes com a declaração de Guenther Beckstein. Agora, eles têm o argumento que precisavam para dirigir, depois de consumir até dois Masskrug

Artigo sobre Governador Guenther Beckstein

Na semana de abertura da festa mais aguardada da Alemanha, a 175ª Oktoberfest de Munique – que, na realidade, começou em 20 setembro de 2008– o governador da Baviera, Guenther Beckstein, considerado conservador, declarou que “não é problema você beber um Masskrug (caneco de um litro), se você esperar algumas horas para dirigir” e completou: “até mesmo dois”. Ou seja: era tudo o que os cervejeiros de Munique precisavam ouvir.
O comentário infeliz de Becdkstein rendeu uma discussão e tanto na Alemanha, ainda mais porque foi antes das eleições do Estado, que aconteceram no dia 28 de setembro.

Guenther Beckstein

Uma declaração assim faria sucesso aqui no Brasil, em tempos em que álcool e direção nunca foram tão discutidos – o que não causaria espanto, já que volta e meia se escutam “boatos alcoólicos” sobre o presidente da república. Mas, desta vez o ocorrido não foi aqui e o comentário “escapou” de Becdkstein. “Os “habitues” do bar adorariam ouvir uma declaração dessas aqui no Brasil, mas qualquer pessoa de bom senso repudiaria essa vinculação da bebida com a possibilidade de dirigir sem risco. Essa declaração aqui no país poderia, inclusive, configurar apologia ao crime e via de conseqüência ser objeto de responsabilização, de acordo com o artigo 287 do Código Penal”, explica o advogado criminal curitibano, João Ricardo Képes Noronha, que por 21 anos foi delegado de polícia.

“Essa declaração aqui no país poderia, inclusive, configurar apologia ao crime e via de conseqüência ser objeto de responsabilização” – João Ricardo Képes Noronha, advogado criminal

Rafael Macedo

Já o assessor político de um dos candidatos a prefeitura de Curitiba, Rafael Macedo, concorda que o governador bávaro falou o que não deveria e diz que a única saída para reverter a situação seria usar do próprio argumento para defender-se. “Tentaria embasar o que ele disse, alegando que depois de algumas horas, o sangue contém menos álcool do que o mínimo permitido”, explica. A sorte de Beckstein é que assessores políticos existem e estão acostumados a trabalhar a imagem de pessoas públicas, revertendo deslizes como a dele.

– Qual a sua opinião sobre o comentário do governador bávaro?
– Como você acha que uma declaração assim repercutiria no Brasil?