Você teve todo o trabalho em encontrar a cerveja que desejava, comprou tanto ela como o seu copo proprietário, levou tudo cuidadosamente para a sua casa, armazenou e serviu da maneira correta. Tá, e agora? Vamos ao que interessa: a degustação.

Apresentamos abaixo as etapas para que você faça uma degustação correta e tire um maior proveito dos conceitos cervejeiros. Para ficar ainda mais legal, pratique com os amigos em uma confraria!

1. Visual

Em qualquer experiência gastronômica, o primeiro contato é o visual. No universo da cerveja não é diferente. Portando, olhe para sua cerveja e comece a namorá-la.

O que devemos levar em consideração:

A Cerveja em si

– Coloração: Ela é dourada? Vermelha cor de rubi? Totalmente escura?
– Transparência:
Sua cerveja é totalmente transparente? Ou tão opaca que não permite que a luz a atravesse?
– Limpidez: É um liquido límpido e brilhante? Ou possui resíduos em suspensão?

A Espuma

– Formação: Ela é bem formada? Aerada, com bolhas grandes? Densa, com bolhas finas?
– Persistência:
Quando você serve sua cerveja, a espuma se forma e logo em seguida já vai embora ou fica por ali até seu copo terminar?
– Coloração:
Existem espumas brancas, passando pela cor de creme, até as marrons.

2. Olfato

Mais de 80% das sensações de sabor são percebidas pelo olfato. Aqui, sentimos e associamos os aromas da cerveja com outros alimentos e referências como perfumes ou ambientes.

A seguir algumas famílias aromáticas e seus exemplos:

– Florais: violeta, jasmim, margarida
– Herbáceos: capim, palha, grama
– Frutados:
pêssego, abacaxi, maçã, amoras, banana
– Especiarias:
cravo, pimenta, noz-moscada
– Tostado:
café, chocolate, madeira
– Adocicados: baunilha, caramelo
– Nozes: amêndoas, castanhas
– Balsâmicos: eucalipto, pinho, vinagre

E ainda:

– Complexidade Aromática: Você sente somente uma família ou sua cerveja lhe apresenta várias?

3. Paladar

Diferente do vinho, onde para sentirmos os taninos devemos bochechar a bebida, na cerveja o que nos interessa principalmente é o amargor. Para degustar, devemos mandá-la direto para o fundo. A famosa golada. E é no palato que concluímos nossas sensações de gosto e também as percepções físicas.

O que devemos observar:

– Gosto: doce, salgado, amargo, azedo
– Sensações Físicas:
acidez, adstringência, corpo
– Equilíbrio:
Essas sensações estão em harmonia entre si? Ou algo se destaca mais do que o resto? Em uma cerveja equilibrada, os elementos acima devem estar em harmonia.
– Complexidade Gustativa:
Ela é complexa na boca? A cada gole você descobre novas sensações ou simplesmente é nítido e pronto?

4. Análise Final

Sua cerveja foi embora sem dar tchau ou permanece ali por alguns segundos ou até minutos? E, ao final, você gostou e aprovou a cerveja? Como foi essa experiência?

Temos os seguintes itens para serem avaliados:

– Retro-gosto: Após ingerir a cerveja, quando você expira sente seus aromas novamente? Se sim, essa é percepção do retro-gosto.
– Persistência Aromática:
Quanto tempo ainda fica sentindo os aromas da cerveja no palato? Pode ser desde o fúgido e ligeiro até o muito persistente.
– Equilíbrio Harmônico:
O conjunto visual, olfativo e gustativo estão em harmonia? Ou no nariz ela se apresenta muito agradável, porém na boca tem pouco equilíbrio? Ou visualmente está convidativa e no nariz não apresenta nenhum aroma? Aqui você avalia a bebida como um todo.
– Percepção Final:
Lhe agradou? Você compraria novamente essa cerveja? Seria uma cerveja para ser apreciada a toda hora ou somente em ocasiões especiais ou em harmonizações? Fale o que achou dessa cerveja.

Bom, no início pode parecer complicado beber uma simples cervejinha. Mas tenha como base essa parte técnica e ela irá lhe ajudar a expressar seus gostos e preferências e a saber comentar com solidez sobre uma determinada cerveja.

E lembre-se: o mais importante mesmo disso tudo é ter bons momentos, relaxar e se divertir!