Uma das grandes experiências cervejeiras é a harmonização de queijos com cervejas. Aqui deixo a sugestão de cinco combinações simples que você pode fazer em casa.
Uma das grandes experiências cervejeiras é a harmonização de queijos com cervejas. Aqui deixo a sugestão de cinco combinações simples que você pode fazer em casa.
Você talvez já tenha ouvido falar, participado ou até mesmo promovido jantares com queijos e vinhos. Mas possivelmente você nem tenha imaginado a harmonização de cervejas com queijos como uma possibilidade. A cerveja é uma bebida extremamente versátil, e suas múltiplas variedades combinam-se extraordinariamente bem com os igualmente diversos tipos de queijos, resultando em experiências gastronômicas fantásticas. E como Garett Oliver diz: numa boa harmonização de cervejas e queijos “você não sabe onde termina o gosto de um e começa o gosto do outro”, de tão semelhantes que são esses alimentos.
Aproveitando que o inverno é uma excelente época para o consumo de queijos e cervejas – mas é claro que isso vale para o ano inteiro –, seguem dicas de harmonização de cervejas com queijos, com uma indicação de rótulo para cada tipo de queijo e uma breve explicação do motivo da harmonização ser bem-sucedida.
Queijos frescos são leves em sabor, e pedem também cervejas de baixo corpo. É importante que elas tenham um amargor assertivo, não intenso, mas presente e limpo, como as Pilsners Tchecas, as Claras de Munique (Munich Helles) e as Bitters inglesas.
Queijos maturados com fungo branco são untuosos e saborosos. As cervejas ideais para acompanhá-los são as cervejas de trigo, tanto as cervejas de trigo Belgas (Witbier) como as Alemãs (Weissbier). Essa combinação entre o dulçor da cerveja, seu leve amargor com a untuosidade dos queijos de fungo branco ficam perfeitos. Outra opção são as cervejas Fruit Lambics, que são ácidas – excelentes para limpar o palato untuoso do queijo – e levam adição de frutas.
Gosto muito da combinação entre queijos semi-macios e cervejas de malte torrado como as do estilo Schwarzbier. Também ficam bons com Pale Ales, tanto americanas como inglesas, devido a seu presente amargor, e também cervejas Lagers com pouco mais de corpo, como as Vienna Lagers.
Queijos curados, com sabores mais intensos, pedem cervejas também mais intensas. Neste ponto temos diversos estilos pra praticarmos diferentes dinâmicas de harmonização. Podemos começar uma uma Imperial Stout, de cuja combinação com o queijo surge um terceiro elemento, um gosto de doce de leite – sim, prove!. Já as India Pale Ale, com seu amargor intenso trabalham muito bem com a gordura do queijo, ajudando a limpar o palato. E as belgas como Saison e Tripel, aí não tem pra elas. Elas tem sabores similares aos dos queijos, possuem potência para limpar o palato e ainda complementam a harmonização com os seus aromas.
Queijos de fungo azul são muito potentes em aromas e sabores. Para acompanhar precisamos de cervejas também potentes e com dulçor residual para equilibrar com o salgado do queijo, como as Barley Wine americanas ou inglesas, as Quadrupel belgas e as Bière de Garde francesas. Importante aqui é corpo e dulçor pra um bom equilíbrio na combinação.
A harmonização é muitas vezes vista como algo subjetivo, mas não é – há técnicas para se fazer e identificar uma boa harmonização. Vale dizer, porém, que uma harmonização pode ser objetivamente boa e mesmo assim não cair no seu gosto, o que importa é o seu paladar e o que o anfitrião pretende apresentar. Experimentar as diferentes combinações, entender o que ecoa com as suas preferências e, acima de tudo, aproveitar todo o potencial gastronômico que as cervejas podem oferecer é a grande sacada.
Bom apetite!
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