Beber boas cervejas e viajar são duas das melhores coisas da vida. Imagine então combiná-las em uma viagem cervejeira pela Bélgica, o “paraíso da cerveja”!

Foi o que fizemos em outubro de 2017 como parte da nossa campanha de fim de ano de 2016. Nela sorteamos uma viagem à Bélgica cheia de atrações para nenhum amante de cervejas botar defeito: visitas guiadas nas cervejarias mais renomadas do país, refeições harmonizadas, happy hours em bares icônicos e até mesmo atrações turísticas – afinal, não se pode viver só de cerveja, né?

Confira aqui o roteiro da viagem cervejeira que fizemos pela Bélgica e já vá arrumando as malas!

Viagem Cervejeira pela Bélgica: Roteiro completo (9 dias)

Dia 1: Chegada em Bruxelas

Aqui a dica é procurar um hotel com localização central. Bruxelas não é uma cidade tão grande em área, então é possível fazer muita coisa a pé. No centro de Bruxelas é possível conhecer atrações turísticas como a Grand Place e o pequeno Manneken Pis. Depois desse passeio, quando você cansar e estiver com sede por boas cervejas, já estará pertinho do bar Moeder Lambic.

O Moeder Lambic tem uma grande carta de cervejas, muitas delas locais, incluindo Lambics tiradas na pressão. São duas unidades, ambas em Bruxelas, e uma delas fica perto da Grand Place.

À noite, quando bater aquela fome, uma ótima opção é o restaurante Restobières, famoso por utilizar cervejas como ingrediente dos pratos. Prove as especialidades locais como o patê com cebolas caramelizadas na Rochefort 10 ou o Moules Frites (mexilhões com batata frita) ao bafo de Hommelbier.

Dia 2: Bruxelas

Já pela manhã é possível visitar a cervejaria Timmermans, que fica no vilarejo de Itterbeek, nos arredores de Bruxelas. Fundada em 1702, esta é uma das 9 produtoras existentes de Lambic e a mais antiga ainda em atividade.

Em seguida visite a Boon em Lembeek, vilarejo que deu nome à família das Lambics. Fundada por Frank Boon em 1975, a Boon é uma cervejaria jovem comparada às outras, mas hoje tornou-se uma das maiores produtoras de Lambic. É uma cervejaria com equipamentos de última geração e altamente automatizada, mas que ainda segue processos tradicionais.

Se conseguir chegar a tempo, é possível ainda visitar o Museu Bruxelense da Gueuze, também conhecido como Cervejaria Cantillon. Como o nome já indica, é realmente uma cervejaria-museu onde você pode explorar por conta própria (a visita não é guiada) os equipamentos utilizados pela cervejaria. Ao final, a visita inclui a degustação de duas cervejas.

À noite, retornando ao centro de Bruxelas, confira o Bar da Brewdog. Lá você encontrará um Tap List com a linha principal da cervejaria (King Lager, 5 AM, Dead Pony Club, Jackhammer, Punk IPA e Jet Black Heart) e algumas cervejarias convidadas, além de dezenas de opções em garrafa – entre elas lançamentos e edições limitadas da Brewdog, como a linha Abstrakt. Pode ir com fome, que lá a comida é um show à parte.

Dia 3: Bruxelas

Também nos arredores de Bruxelas, em Vlezenbeek, encontra-se a cervejaria Lindemans. Esta é a segunda maior produtora de Lambics em volume de produção, ficando atrás apenas da Bellevue (AB-Inbev). Aproveite a visita para levar algumas cervejas que não se encontra no Brasil, como a linha Botanicals, além do Gin feito a partir da Lindemans Oude Kriek Cuvée René.

Voltando a Bruxelas, não deixe de visitar um dos principais pontos turísticos da cidade, o Atomium.

À noite, explore os diversos bares cervejeiros da cidade. Uma boa pedida é o Brussels Beer Project, um brewpub que foge do padrão belga tradicional e produz cervejas dos mais variados estilos.

Dia 4: Bruxelas > Mechelen > Puurs > Antuérpia

Uma linha reta é o caminho mais rápido entre dois pontos, mas não é o mais divertido. Entre Bruxelas e Antuérpia você tem duas paradas estratégicas: Mechelen e Puurs.

Em Mechelen fica a cervejaria Het Anker, famosa pela linha Gouden Carolus. A visita guiada remonta às origens medievais da cervejaria, passando pelas etapas de produção e por centenas de barris onde eles envelhecem whisky, que é produzido pela destilaria da própria Het Anker a partir da Gouden Carolus Tripel.

Após a visita, aproveite o excelente menu harmonizado no restaurante da cervejaria. Certamente será um dos pontos altos da sua viagem.

Siga viagem em direção a Puurs, sede da gigante Duvel. O tour passa por todas as etapas de produção e termina no bar da fábrica, onde você pode provar duas cervejas do grupo Duvel-Moortgat à sua escolha. Pra fechar com chave de ouro, a taça fica de brinde.

Antes de se despedir, logo na saída, tente não levar tudo o que tem na loja da cervejaria!

Chegando em Antuérpia, procure visitar o lendário Café Kulminator. Este provavelmente é o único lugar do mundo onde você poderá beber uma cerveja de 1975, tomar um chope de 5 anos ou fazer uma degustação vertical com Chimay Blue de décadas diferentes. Os preços são muito honestos e quem atende são os proprietários, um casal de velhinhos que já avisaram: se aposentarão em 2020. Então aproveite enquanto pode!

Dia 5: Antuérpia > Tilburg (Holanda) > Antuérpia

Antuérpia fica pertinho da fronteira com a Holanda e a Abadia de Koningshoeven, que produz a La Trappe, fica na cidade holandesa de Tilburg, pertinho da fronteira com a Bélgica. Se você estiver de carro, em uma hora de estrada você chegará à abadia trapista, que conduz visitas em inglês e holandês mas fornece livretos informativos em português e outros idiomas.

Programe-se para passar a tarde por ali, pois é possível passear pelo bosque da abadia e comer no bar que oferece pratos com outros produtos da abadia como pão e queijo trapista. Na saída, a lojinha tem ainda mais produtos trapistas, de balinhas a terços, tanto da Abadia de Koningshoeven como de outras abadias.

À noite, a sugestão é conhecer o bar Oud Arsenaal, que tem várias opções de cervejas locais e um proprietário muito divertido.

Dia 6: Antuérpia > Bruges

Saia de manhã cedo em direção a Bruges para poder aproveitar o dia na “Veneza do Norte”. A visita à Bourgogne de Flandres é imperdível, bastante interativa, e conta com guias de áudio em vários idiomas, incluindo Português. Aproveite para almoçar no ótimo restaurante da cervejaria.

Bruges é uma cidade medieval e com grande apelo turístico, cheia de atrações como museus, igrejas, lojas e prédios repletos de história. Curta o clima da cidade famosa pela sua beleza e seus canais, parecidos com os de Veneza.

À noite, jante em um dos inúmeros restaurantes da cidade. Não deixe de provar o famoso Stoverij (em Flemish) ou Carbonade Flamande (em Francês), prato típico da região que consiste em carne ensopada na cerveja – geralmente uma Dubbel – acompanhado de batatas fritas e salada. Se tiver pique, Bruges tem muitos bares interessantes para conhecer. Uma sugestão tradicional é o Café In De Reisduif. Se você procura algo mais inusitado, vá ao Yesterday’s World, uma mistura de bar e antiquário onde é possível comprar alguns dos objetos antigos que decoram o local.

Dia 7: Bruges

Uma viagem cervejeira a Bruges não estaria completa sem uma visita à De Halve Maan, que produz a Brugse Zot e a linha Straffe Hendrik. Aqui também vale se programar para, após a visita, se esbaldar com o ótimo menu harmonizado do restaurante da cervejaria.

Aproveite a tarde para passear pela cidade. À noite, confira o bar Le Trappiste. Apesar do nome, não são apenas cervejas trapistas mas sim centenas de opções de cervejas disponíveis. Mas se prepare, pois o bar é frequentado por locais e turistas, então costuma ser bem movimentado.

Dia 8: Bruges > Vleteren > Bruxelas

Saindo de Bruges sentido Oeste, quase na fronteira com a França, tem uma simpática cidadezinha chamada Vleteren. Ela jamais entraria em um roteiro turístico normal, mas para quem ama cerveja é um local de peregrinação pois é lá que fica a Abadia de São Sisto, cujos monges produzem a lendária cerveja trapista Westvleteren.

Infelizmente não é possível visitar a abadia, mas logo em frente fica o café In de Vrede, que serve as três cervejas da Westvleteren, bem como um cardápio enxuto que inclui pão e queijo trapista. Para a sobremesa, experimente o incrível sorvete de Westvleteren 6.

Na saída você terá a rara chance de comprar cervejas e outros produtos da Westvleteren legalmente. As cervejas são vendidas em caixas fechadas de 6 unidades e não é sempre que os três rótulos estão disponíveis. Em 2017, o preço da caixa era de € 22,50 (€ 3,75 / garrafa). Apesar do preço em conta, respeite o desejo dos monges de que suas cervejas não sejam revendidas. Aprecie-as com amigos ou dê de presente!

Chegando ao fim da viagem, retornando a Bruxelas, ainda dá tempo de curtir mais um pouco. Falta conhecer dois lugares imperdíveis e que ficam próximos um do outro: o café A la Mort Subite, que tem uma linha própria de cervejas Lambic e oferece iguarias regionais; e o badalado Delirium Café, famoso por ter a carta de cervejas mais extensa do mundo – são mais de 3.000 rótulos!

Dia 9: Retorno ao Brasil

Ufa! Chegou a hora de voltar pra casa, cansado/a mas com muitas boas cervejas na mala e o mais importante, muitas lembranças, fotos e histórias pra contar. Bom retorno!

Mapa das atrações


E aí, o que achou do roteiro? Se você já foi para a Bélgica, comente quais outras atrações vale a pena incluir. Se ainda não foi, fique de olho nas promoções da rede Mestre-Cervejeiro.com. Quem sabe você será o próximo sortudo/a que levaremos em uma viagem cervejeira!